Toda criação de um designer é feita com o intuito de ser interagida de alguma forma. Essa interação, inevitavelmente, se dará por meio dos sentidos do usuário, assim, cabe ao designer saber aproveitar essa ligação direta para garantir uma experiência única e prazerosa.
É fácil perceber que a maioria dos projetos e produtos de design aproveitam a visão e a audição para entregar uma mensagem ao usuário. Um cartaz, por exemplo, aproveita muito bem a visão; um jogo, geralmente, a visão, audição e, em alguns casos, o tato, por meio da vibração. É legal ver que quanto mais sentidos são aproveitados, mais prazerosa e imersiva é a experiência. Tomando um videogame como exemplo, a presença da vibração em momentos de impacto aumenta a vivacidade de um momento que já seria marcante apenas com som e imagens.
Já o paladar e o olfato são casos mais particulares, sendo o mais comum deles o olfato, muito aproveitado em instalações interativas, já que cheiros têm a capacidade de transformar todo o ambiente, diferente do paladar, que é algo muito mais pessoal. Existem, porém, vários casos onde o paladar é estimulado indiretamente, como nos cartazes de pizzarias e embalagens de comida, onde as imagens são feitas com intuito de parecer saboroso, sem diretamente estimular o paladar.
Porém, um caso onde esse sentido é aproveitado diretamente no campo do design é em food design, onde existe uma preocupação tanto com a aparência da comida, quanto na combinação dos sabores, proporcionando uma variedade de experiências.
Existem também alguns exemplos nos quais uma combinação de estímulos é feita de maneira inteligente e inesperada, como cinemas que introduzem odores e poltronas que se movem para aumentar a imersão do filme, como é o caso do 4DX, da sul-coreana 4DPLEX.
Outro exemplo interessante são os catálogos e revistas perfumados, que possuem áreas com o cheiro do produto apresentado na página. Esse detalhe, além de ajudar na escolha do produto ideal, torna a experiência de olhar um catálogo mais interessante e divertida.
Em certos casos remover um dos sentidos estimulados em um produto também pode garantir uma experiência única. “A Blind Legend” por exemplo, é um jogo para PC e Mobile que possui apenas sons, é por meio deles que o jogador identifica o ambiente ao seu redor e entra no papel de Edward Blake, o guerreiro cego.
É interessante perceber que a quantidade de sentidos explorados por uma produção, não necessariamente a torna melhor ou pior. Um cartaz, estimulando apenas a visão, cumpre muito bem seu papel, um jogo sem imagens, como “A Blind Legend”, se feito da maneira correta continua sendo um ótimo jogo. É preciso, então, saber aproveitar as oportunidades de encaixar uma nova “dimensão” no produto
Portanto, é possível ver como a exploração dos sentidos é extremamente importante para o sucesso de toda a produção dos designers, independente de sua área de atuação. Além disso, fica evidente que os sentidos são como “níveis de profundidade” e quanto mais são aproveitados de maneira inteligente, mais imersiva e única é a experiência.
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